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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Carretera Austral - março e abril de 2014

Olá Pessoal!

Hoje marquei minhas férias, e estou definindo o roteiro. 2014 será o ano do Chile, saindo do Brasil vou passar pelo Paraguai, entrar na Argentina e cruzar o Deserto do Atacama para entrar no Chile. Depois vou ao sul até terminar a Ruta 5 chegando a Puerto Montt, até aí vou de motorhome. Depois é barco até Chaiten e Carretera Austral até Vila O'Higgins de moto. Chegando lá é meia volta até Puerto Montt, colocar a moto na garagem e voltar para o Brasil.

Agora o mais importante, estou procurando parceiros para a aventura, quem se candidata?
Para quem se interessar é importante destacar que no motorhome dormem confortavelmente 7 pessoas, e tem garagem para três motos grandes. A previsão de saída é 1º de março (sábado de carnaval), com retorno estimado para 20 de abril (domingo de páscoa). Tendo em vista que poucas pessoas dispõem de tanto tempo para viajar, é possível fazer parte da viagem, como por exemplo, mandar a moto desde o Brasil e embarcar no motorhome em Santiago do Chile, reduzindo o tempo de viagem e aproveitando a segunda parte do passeio que é fazer os 950 km de Carretera Austral para depois retornar ao Brasil.

Vamos lá, quem anima?



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Balanço da Viagem

Prezados,
Desculpem mas vergonhosamente quase meio ano depois volto a postar, muita coisa aconteceu neste meio tempo. Hoje publico o que chamo de rápido balanço da viagem. E nos próximos posts contarei boas novidades, inclusive sobre a viagem de 2014 (o projeto já existe e está bem adiantado).

Balanço da Viagem

18.080 km
5 países
34 cidades onde pernoitei
2 Chapadas:
 dos Guimarães e
Diamantina
2 Oceanos e 1 Mar:
Pacífico,
Atlântico e
Caribe
6 Praias:
Paracas/Peru,
Montañita/EQ,
Santa Marta e Rodadero/Colombia
Adicora/VE e
Recife/PE
3 dias rodando nos Andes no Peru
2 Picos acima dos 4.500 metros acima do nível do mar no Peru
                Abra Huaia huaia 4.725 metros
                Abra Apacheta  4.746 metros
Rally Dakar em Pisco/PE
Viagem de Barco de Manaus/AM até Belém/PA (4 dias)
Lugares que recomendo,
Equador, país que surpreendeu por sua organização, qualidade das estradas, povo gentil e educado. Boas praias, sua moeda é o Dolar, com isso seus preços são acessíveis.
Cusco/PE – a cidade é muito bonita e tem muitas atrações histórico turísticas,
Lima/PE –  bairro de Miraflores,  Parque Kennedy muito limpo, bem organizado, próximo a belas praias
Guayaquil/EQ – cidade cosmopolita, centro com bela arquitetura, transito bem organizado, embora com muitos carros
Montañita/EQ – praia de turismo internacional, agua com temperatura agradável, bons restaurantes, boas discotecas e muitas posadas e pequenos hotéis com muito conforto
Bogota/CO – situada acima dos 2.500m de altitude, um belo centro histórico com casarões e lindos jardins. Museus do Ouro, Casa de Moneda e tantos outros. Tomando um teleférico na parte da tarde ou um funicular na parte da manhã pode se visitar Mont Serrat no alto de uma montanha que cerca a cidade. Lá em cima tem restaurantes, uma bela igreja, feira de artesanato e senão houver muita neblina uma linda vista de toda cidade.
Santa Marta e Rodadero/CO – praias do norte, já no mar do Caribe, lindas com agua limpa e boa temperatura para banho. Muitos bares, restaurantes e hotéis na orla.
Adicora/VE – na Provincia de Falco, localiza-se na península em frente a Aruba, fácil acesso por estrada de pista dupla. Praia de pescadores e turismo local, tem praia de mar aberto e baia com mar calmo sem ondas.
Gran Sabana/VE – região situada a 70 km da fronteira com o Brasil, de beleza exuberante, merece pelo menos uns 3 dias para passear e aproveitar os rios e quedas d’agua, inclusiva a maior do mundo Salto San Angel.
Manaus/AM – embora seja muito quente, a parte histórica é muito bem conservada e merece uma visita. Outro passeio que deve ser feito é o de barco, até o encontro das águas dos rios Solimões e Negro, com passeio na floresta, almoço em restaurante flutuante, muito peixe, frito, assado, ensopado, de todo jeito.
Belém/PA – fiquei pouco tempo para emitir um parecer, mas o pouco que vi, me pareceu bem organizada, limpa e agradável, merece um retorno com mais tempo.  A viagem de Barco entre Manaus e Belem, embora passe por lugares lindos é entediante, quatro dias dentro de um barco é cansativo, sem falar nos bêbados que são muitos, rss.
Recife/PE – dispensa comentários, a Veneza brasileira é linda e tem uma orla agradável. A estrada de Belem/PA até Recife/PE é muito boa, asfalto excelente e muito bem sinalizada. Na altura de Picos/PI fica um pouco complicada a sinalização, além de asfalto com ondulações longitudinais, mas basta sair da cidade que a estrada volta a ser um tapete.
Chapada Diamantina/BA – o lugar é encantador, a estrada é boa, as cidades na volta, embora pequenas contam com boa infraestrutura turística.

É isso aí meus amigos. Depois conto umas fofocas novas, rsss. 

Abraços

sábado, 16 de fevereiro de 2013

12 de fevereiro de Seabra/BA até Brasília/DF - o fim da festa.


Acordei bem cedo, umas 6:00h, deu preguiça e continuei deitado mas as 7:15h pulei da cama, me organizei, carreguei a Naomi, (já pensando que era a última vez nesta viagem) e fui tomar café. A nostalgia baixou e eu fiquei me amarrando, como se não quisesse viajar, para não terminar este grande passeio, mas não teve jeito, as 8:15 fechei a conta no hotel, muito bom por sinal, chama-se Hotel Palace, bem no trevo de Seabra, e as 8:30h estava rodando na direção oeste, rumando para Ibotirama. 



Eu estava aproveitando o máximo, não queria lembrar que era o último dia, andei a 140, 150 e até a 160 km, quando me lembrava que era o último dia baixava pra 110 km/h.

Quando vi esta paisagem me lembrei de uma música do Djavam, que
fala sobre o traço do arquiteto, 
A Chapada Diamantina é muito bonita. 
E assim foi, quando cheguei a Barreiras/BA o calor estava castigando, estava mais de 37 graus, ufa! Seguindo a estrada agora já em direi˜ao a Goias e a medida que o tempo passava calor ia atenuando. 
Na proporção inversa do calor aumentava o tráfego de carros na pista. O pior é que tinha muita gente de carro bom mas que não está acostumado com estrada e demoravam para fazer ultrapassagens, o dificuldade. 
As 19:30h exatos estava na frente da antiga Rodoferroviária no fim do eixo monumental em Brasília. Ai eu tive a certeza que a viagem havia terminado e agora nem sei quando vou poder fazer outra igual. Já estou sonhando com as férias de 2014 pra ficar na estrada outros 40 ou 50 dias. O jeito é ter paciência e esperar. 
Gostaria de agradecer a companhia de vocês,  e prometer que sempre que viajar contarei tudo por aqui. 


Abraços a todos e até a próxima.
Agora só falta o balanço da viagem, números, lugares e pessoas, quando aprontar eu disponibilizo. 

11 de fevereiro de Aracajú/SE até Seabra/BA


Acordei cedo, tomei café e fui logo para frente de uma loja de peças e acessórios de motos que também é revendedor michelin, queria trocar o pneu traseiro o mais rápido possível para poder seguir viagem.  Quando faltavam 5 minutos para as 8 horas da manhã chega um cidadão que mora vizinho a loja e diz: "Acho que hoje não vai abrir, porque se fosse abrir os funcionários já estariam esperando na frente da loja." Foi como jogar um balde de água fria na fervura, e agora, o que faço? Fui em direção ao centro da cidade e encontrei uma lojinha que vende alguns tipos de pneus, mas não o que eu precisava, porém o encarregado me falou que seguramente encontraria no Vadinho Moto Peças, bom agora só restava saber onde ficave este tal de Vadinho. No primeiro semáforo, para ao meu lado um motociclista a quem perguntei se sabia onde ficava o Vadinho. Sabem qual foi a resposta? "Estou indo para lá"disse o rapaz, então, sem pestanejar, avisei que ia lhe seguir e em pouco tempo já estávamos no endereço. 
Acho que fui assaltado, o dono da loja me cobro R$ 690,00 por um pneu Michelin Anake II , eu sei que o pneu é bom, mas a este preço, é abuso. De qualquer forma paguei e pedi para colocar. Quando desmontamos a roda traseira verificamos que as pastilhas estavam muito gastas e aproveitei para trocar. 
Por volta das 10:30h a Naomi já estava de sapatinho novo, pastilhas de freio traseiro novas e seguíamos para a estrada. 



Rodamos bem até sair da estrada que contorna Feira de Santana e entrar na BR116.  Levei quase duas horas para rodar pouco mais de 80km, muito caminhão andando lento, muito movimento no sentido contrário, aí ficou difícil. Tomei uns dois sustos, fazendo algumas ultrapassagens mais exprimidas, mas tudo bem. Quando entrei na BR242, o asfalto virou um tapete, o movimento diminuiu e eu passei a rodar acima dos 130km/h.
Quando estava no meio do nada, a lâmpada da luz baixa queimou, ai o computador da moto me avisou no painel, e agora o que fazer? Quando encontrei um posto de gasolina entrei e vi uma placa avisando que havia uma loja de peças e acessórios, bem não custa tentar, e lá fui eu, e não é que tinha a lâmpada! Comprei, troquei e segui feliz, vejam a lojinha. 



Depois de tirar algumas fotos do monte Pai Inácio, a noite chegou e quando cruzava por Seabra, resolvi ficar, dormir, descansar e amanhã tentar acordar o mais cedo possível para fazer os últimos 1.050 km até Brasíla. 





















Valeu gente, até amanhã!

10 de fevereiro de Recife/PE até Aracajú/SE



Hoje foram só 490 km, o pneu traseiro acabou, e estou com medo de forçar a situação e ficar no meio da Chapada Diamantina na Bahia, em pleno carnaval, sem pneu, assim achei mais prudente ficar em Aracajú e amanhã procurar uma loja e trocar o sapatinho da Naomi para seguir viagem. 
O trajeto de hoje não é muito emocionante, até porque já passei muitas vezes por esta estrada, outra razão do meu desanimo é saber que agora estou pegando o rumo de casa, e que em 3 dias esta aventura maravilhosa vai acabar. 
A estrada está melhorando na região, hoje cruzei o sul de Pernambuco onde está quase completa a duplicação da BR 101, os últimos 30 e poucos kilometros estão muito ruim, não tem duplicação e a estrada está sem manutenção. No estado de Alagoas não há pista dupla, mas a estrada está muito boa. Uns 70 km depois da divisa de Alagoas com Sergipe, a pista dupla volta e se chega rapidamente a Aracajú. 
Hoje não tem fotos, as poucas que tirei, perdi, enfiei não sei aonde, ou apaguei o cartão de memória da máquina sem salva-las no computador, que idiota. 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

6 de fevereiro de Ouricuri até Recife


Acordei bem cedo e antes das oito da manhã já estava na estrada. Saindo da cidade vi um posto de gasolina e parei para abastecer, quase chamei a polícia, o preço da gasolina é um roubo imaginem pagar R$ 3.22 por um litro. Sai correndo toquei até o próximo posto e ali a gasolina estava a R$ 2.99 cara, mas por estar no interior do Estado paguei sem reclamar, até porque já estava quase sem combustível. Depois andei bem, a estrada está muito boa, mantive 140 km/h e cheguei cedo a Recife, as 15:30 h já estava no caos do trânsito da capital pernambucana. Aproveitei para visitar meus colegas da Anatel, em especial o Braulio que tem moto e curte umas viagens, tomei um cafezinho e depois fui até a Av. Boa Viagem tomar uma água de côco e matar as saudades da praia.
Gostaria de registrar que já conhecia o interior de Pernambuco, mas viajando de moto aprendi a ver a paisagem de uma perspectiva diferente, e como é bonito o sertão pernambucano. Achei que por já conhecer não teria graça, mas estava errado, Serra Talhada tem um relevo impressionante. 



Arcoverde também é muito bonita, e por estar viajando de moto consegui ver o arco verde, uma formação rochosa esverdeada no topo de uma montanha baixa, coisa que jamais tinha visto quando passava de carro.


Vista parcial de Arcoverde




















Quando estava próximo a Caruarú pensei que ia pegar uma chuva, mas parei num posto de gasolina, esperei um pouco e tudo que peguei foi asfalto molhado, a chuva já tinha passado, estava sobre a cidade.



Foi muito bom passar pelo interior do Estado viajando numa moto. Acho que todos amantes da estrada deveriam experimentar uma viagem de moto, nem que fosse uma vez só.

Meus amigos, agora faço uma pequena pausa nos posts para curtir o carnaval e as praias de Pernambuco. No domingo dia 10 (em pleno carnaval) retomo a viagem à Brasília pois preciso trabalhar na quarta feira. 

Até breve!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

05 de fevereiro de BacabalMA até Ouricuri/PE


Foram quase 750 km, e o calor castigou. 

Sai cedo do hotel e rodei acima dos 130 km/h aproveitando a estrada boa e o pouco movimento. Eu não conhecia a região e tinha uma impressão errada. Tudo que se houve do interior do Maranhão e Piauí é miséria e seca, mas não estou vendo nada disto. 

Assim da gosto de viajar.


Meio dia estava em Teresina, para minha sorte tem um desvio que evita toda área central da cidade, o que garantiu rapidez no percurso. No Piauí não vi qualquer traço de seca, os campos estava verdinhos, e a estrada, claro, estava muito, mas muito boa. Acredito que hoje tenha feito o melhor trajeto de toda viagem . Gostei tanto do Piauí, talvez até mais que o Maranhão, onde já havia me sentido seguro para tirar proveito da potência da Naomi. 
A temperatura chegou aos 38 graus, mas venci o calor, o movimento e a curiosidade das pessoas por onde eu passava, perguntando sobre a moto e a minha viagem, principalmente quando viam os adesivos no baú, preenchiam minhas paradas. Agora me digam, existe assunto mais interessante para um viajante do que falar sobre sua viagem? 


Sempre me disseram que Teresina é muito quente, mas quando passei por lá era meio dia e estava 32 graus, já em Picos o bicho pega, passei por lá por volta das 4 da tarde e estava mais de 36 graus, uma fornalha. 
Já no fim do dia cruzei a divisa de estados Piauí e Pernambuco e a estrada caiu um pouco de qualidade, mas conseguia andar bem. Não tinha buracos grandes, mas o asfalto era mais velho e tinha alguns pequenos buracos. 


Antes de encerrar quero colocar uma foto que me sinalizou que a minha viagem está perto do fim,  afinal já estou vendo placas com o nome da minha cidade, e pela primeira vez senti saudade de Rondônia, Acre, Peru, Equador e tudo mais. É uma sensação interessante, você nem terminou a viagem e já sente saudades dos lugares por onde passou. Então me pergunto: Se eu tivesse tempo, será que faria tudo de novo? Com certeza, viajar conhecer pessoas e lugares é um acontecimento que lhe ajuda a crescer e entender melhor a sociedade a sua volta.  

04 de fevereiro de Belem/PA até Bacabal/MA


Combinei com o Eliseu de nos encontrarmos no café por volta das 8:00 h da manhã. Todos descansados comemos e fomos terminar de carregar as motos para viajar. Na saída de Belem abastecemos e por volta das 9:30 h já estávamos rodando, ainda juntos. 100 km depois chega o trevo onde cada um vai para o seu lado, o Eliseu segue para o sul pela Belem Brasília e eu continuo pela BR 316. Fizemos um rápido lanche, bebemos água, nos despedimos, e fomos andar. 
Gostaria de registrar que achei muito bonita a cidade de Belem, pretendo voltar, gostei muito, até o transito é bem organizado. Não vi nenhum afobado,e quando ligávamos a seta, quem vinha atras esperava, achei o transito muito bom para uma capital de estado abarrotrada de carros,. 
Quanto mais ando na BR 316 mais gosto, a estrada é muito boa, bem sinalizada, e onde o asfalto não está muito bom, logo em seguida se vê uma equipe de trabalhadores consertando. 

Eh vidinha tranquila, tem até cabra descansando no posto de gasolina, rsss.
Por volta das duas da tarde entrei no Maranhão, e me chamou a atenção, além da boa qualidade da estrada, a limpeza das pequenas cidades no caminho. Outra coisa, por onde andei o Maranhão não é um Estado que sofre com a seca, até chuva eu levei, rssss. 

Entrando no Maranhão, a estrada era um tapete.

Olha a chuva ali na frente, bom para dar uma refrescada.
Por volta das 7 da noite cheguei a Bacabal, o destino do dia, estava molhado e cansado, não estava mais acostumado com o ritmo da estrada, afinal fiquei 4 dias em Manaus esperando pelo barco, e mais 4 dias embarcado até chegar a Belem. 

O fim do dia foi com chuva, não era forte, mas depois que começou não parou. 


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

03 de fevereiro - a caminho de Belem V


O domingo despertou com muita chuva e um vento muito forte, a grande apreensão dos passageiros era a passagem pela baia, sim porque a baia próxima a ilha de Marajó, sofre influência direta do mar, e se a maré estivesse enchendo seria bem complicado, e assim foi. 


A monotonia de quando em vez era quebrada por alguma coisa nova, hoje foram as gaivotas que voavam atras do barco, segundo um passageiro elas andam ali porque os peixes pequenos são sugados pelas hélices do barco e depois meio atordoados boiam e são devorados pelas gaivotas, que dão mergulhos radicais para captura-los.


Em um determinado momento um marujo recomendou que todos fossemos para o andar de baixo pois o barco ia bater muito com as ondas. Depois parece que todos se esqueceram, ou se acostumaram e a vida no barco voltou a normalidade. Mais tarde o sol apareceu e eu aproveitei para mudar o meu bronzeado palmito, rssss. 
A tardinha, acho que por já estar acostumado com o barulho dos motores descansei na rede por mais de duas horas, acordei refeito e pronto para chegar a Belem.
Quando chegamos já passava das 9 da noite e todos estavam ansiosos para desembarcar, assim que o barco atracou e liberou a saída, pareciam fugitivos, era gente com mala nas costas correndo, outros gritando. Sabem quando se abre a porteira e solta a manada no pasto, não, acho que foi pior, rsss.
Eu e o Eliseu tiramos as motos do barco, mas o píer flutuante tinha um desnível de uns 2 metros para o cais, ai foi bronca. Eu consegui, subir minha moto pela escada, mas a GS 1200 do Eliseu é muito larga e eles tiveram que improvisar uma rampa, além de subir na força, no braço, mais ou menos um meio metro, foi difícil. 
Resolvido o problema, fomos em busca de um hotel, estávamos loucos por uma cama boa e um bom banho, para seguir viagem no outro dia. 

Pelo tamanho do cidadão em sua canoa pode-se ter uma idéia da dimensão da floresta. 
Meus amigos, a viagem de barco terminou, e acho que esse percurso não farei outras vezes, muito cansativo, em alguns momentos me senti até um detento. 
Agora é voltar a pilotar e fazer meu próprio caminho, com sol sou chuva, com calor ou frio. Serão quase 2.100 km até Recife e mais 2.200 km até Brasília, estes números soam como uma sinfonia para mim. Yesss!

02 de fevereiro - a caminho de Belem IV


Nenhuma novidade, o barco anda, para, sobe gente, desce gente e a viagem continua um tédio. Chega um para conversar, vem outro, depois vai, e assim passamos o dia. 
Tem uma turma de viajantes estrangeiros, todos muito novos, tem uma alemã, uma argentina, não, duas, uns três colombianos, dois norte americanos e um casal também da Colômbia . Falo com uns em espanhol, com outros arranho um inglês e, literalmente, segue o barco. 
Qualquer coisa diferente é motivo de assunto, e o dia de hoje foi o tamanho de duas torres de transmissão de energia elétrica que sustentam os cabos elétricos entre uma margem e outra do rio, são muito altas. 

Olhem o tamanho das torres ao fundo, aquelas que já achamos grandes.
No fundo do barco, no deck superior, tem uns 4 chuveiros e quando o calor aperta, tomo uma ducha para refrescar, os locais ficam só me olhando, hahaha.
À noite entramos num rio estreito, chamado canal de Breves, uma das paradas. Justo quando estávamos próximo as margens do rio e poderiamos sentir melhor a força da floresta, era noite e não conseguíamos ver nada arf, assim foi a noite toda. 


Por volta das 3 horas da madrugada já estávamos saindo de Breves, eu ainda não tinha dormido, depois não resisti o sono, e com o barulho do motor e tudo mais, dormi. Ainda bem. 

01 de fevereiro - a caminho de Belem III


6:00 h da manhã chegamos a Santarem, consultando o comandante fomos informados de que sairíamos por volta do meio-dia, então não podemos ir até Alter do Chão, a famosa praia da cidade. Eu, o Eliseu e a Gladis saímos a passear pela cidade, fomos até a parte central, tomamos um suco, depois fomos a um supermercado fazer pequenas compras, como uísque, salgadinhos, pães, queijo e presunto, a comida do barco é horrorosa. 

Museu da cidade.

Pequena praça próxima ao cais onde estava o barco. 
Voltamos para o cais onde estava o barco e corremos almoçar, comemos um pirarucu a milanesa, estava uma delícia. Terminamos o almoço rápido, pois precisávamos retornar ao barco e já era quase meio dia. Imaginem perder o barco, deixar a Naomi sozinha, com aquele bando de desconhecidos, rsss. 
As 12:05 h já estávamos embarcados esperando a partida. Ai começa a confusão, a Gladis pergunta a um marujo que horas o barco vai sair, e ele responde "uma hora". Bem já tínhamos encerrado o almoço correndo e nem bebemos outra cerveja como queríamos para chegar a tempo, mas tudo bem, o importante era não perder o barco.
Passou uma hora, passou duas horas, passou três horas e nada, então nos demos conta que a resposta do marujo significava uma hora qualquer e não uma hora da tarde, hahahaha. 
Que m. . ., passamos a tarde presos dentro do barco, sim porque eles afastaram o barco do píer e ninguém podia descer, e depois das 5 horas da tarde descobrimos que o barco estava sem óleo disel para continuar a viagem, e só tinha uma empresa que fornecia combustível para a empresa dona da embarcação. Correu um boato que eles são caloteiros e que ninguém quer fornecer combustível para eles, isso eu não sei se é verdade. Em resumo, saímos de Santarém com 6 horas de atraso, depois que finalmente abasteceram. 
O fim do dia sempre nos brinda com um por do sol muito bonito. 


31 de janeiro - a caminho de Belem II


A viagem é um tédio, o barco é barulhento, lento, só se vê água e selva de longe, pois navegamos pelo meio do rio. 

Esta foto está com zoom, vendo do barco quase não se enxerga a casa.
Não tem muito o que fazer, a não ser encher a cara, hahahaha, e dormir na rede. 
Hoje passamos por Parintins, mas como não tinha nem carga nem passageiro para subir ou descer passamos ao largo e seguimos viagem.


 O Eliseu e a Gladis são bons parceiros de viagem, conversamos muito sobre as viagens anteriores, um pouco sobre a vida e sobre o que fazemos, onde trabalhamos, onde moramos, estas coisas. Na verdade tentamos nos ocupar para ver se o tempo passa. 
Não tem glamour nenhum viajar em rede num barco, é uma confusão de rede, pé e cabeça pra todo lado, vejam como é:


É o caos, rsss.
A noite tem lua mas as nuvens atrapalham o visual. 


E assim a viagem vai passando, rio, selva, noite, dia, sol e lua. A espectativa é superada pela mesmice, e há quem ache bom. Quem sabe amanhã é melhor. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

30 de Janeiro - a caminho de Belem I


Acordei cedo, terminei de arrumar tudo, carreguei a Naomi e fomos para o porto. Para ingressar à área de embarque com a moto, paga-se R$ 45,00, caro. Procurei o responsável do barco e me disseram que havia saído, e agora? Então veio um rapaz encarregado de embarcar cargas e me cobrou R$ 150,00 para colocar a moto dentro do barco. Negociei um pouco e ficou por R$ 100,00. Enquanto carregavam a moto descobri que eu teria que ter uma rede para dormir, já que o barco não fornece, gastei mais R$ 50,00 e arrumei uma rede, meia hora depois estava instalado com rede armada, moto carregada e ainda não havia pago nem a passagem, nem o transporte da Naomi. Como pode um passageiro ingressar ao  barco sem ter que mostrar a passagem e o comprovante de pagamento do transporte da moto? Pensei "daqui a pouco algum fiscal vai querer ver a minha passagem, vamos aguardar para ver o que acontece. Por outro lado a viagem iniciou com mais de 6 horas de atraso. Fomos sair de Manaus quando já estava escurendo.
Enquanto aguardava sentado ao lado da moto, a chegada de um fiscal para acertar o custos da viagem, chega um casal perguntando se era eu o dono da moto GS 800. Imaginem, começamos a conversar e eu me lembrei deles, era o Eliseu e a Gladis, eles viajam numa GS 1200. Havíamos nos conhecido em Colom/AR quando cruzávamos para Paisandú/UR voltando do Ushuaia no ano passado, foi um encontro rápido, mas eu não me esqueci deles. Eles viajavam com o Serra e a Manja, um pessoal que tem um blog que eu sigo já ha algum tempo. Aí foi aquela festa, conversamos muito e descobrimos que fizemos a mesma viagem, com pequenas diferenças de roteiro, lamentamos não termos nos encontrado antes. Como o barco não saia, resolvemos ir almoçar e tomar um chopinho, hehe!


O Eliseu tentou sair de Manaus pela BR 319 em direção a Porto Velho, mas a estrada estava muito ruim e assim voltou e resolveu seguir para Belem de barco. Que bom, pois nos encontramos e teremos uns 4 dias até Belem para conversar sobre   viagens, a atual e outras anteriores. 

O fim do dia visto do barco no rio Amazonas.
Fui dormir muito tarde, pois a minha rede está no convés superior, onde tem um bar que toca uma música horrorosa e alta até tarde, sem falar dos escapamentos dos motores, que fazem barulho dia e noite, arf. Até ir dormir não apareceu nenhum fiscal para ver minha passagem, embora não ache correto, estou viajando sem ter pago qualquer coisa. 

29 de janeiro - Esperando barco para Belem/PA

Estes dois dias foram um saco, Manaus é cara, muito cara, todo mundo quer cobrar mais caro porque está longe. Por que não fazem a estrada e acabam com esse negócio de barco pra cá barco pra lá. A falta de uma estrada atrasa o desenvolvimento da cidade.Li num jornal que o cidadão manauará espera até três meses para poder receber um carro zero km, as montadoras não conseguem atender a demanda por falta de transporte, ridículo. Quando vamos deixar de ser um país de terceiro mundo? Infra estrutura  Dona Dilma, é isto que o Brasil precisa para continuar crescendo! Ontem fui ao Carrefour para comprar os ingredientes para fazer uma janta, e não tinha qualquer espécie de tomate no supermercado. Voltei para o hostel e comi bife acebolado. 
Hoje fui comprar uma camiseta e não achei do meu tamanho, eta povo pequeno, não encontrei GG, rsss. 
A história da cidade está preservada em algumas casas bem conservadas, e em placas de bronze fixadas nas calçadas informando quem morou na casa em frente.  
Um pouco da arquitetura do fim do século XIX e início do século XX, pena que os carros estragam a  atmosfera.
Muito interessante esta forma de registrar a história.

Constatei que não consigo ficar muito tempo numa cidade, por mais atrativos que tenha, eu gosto mesmo é de estar rodando na estrada, imaginem agora o parto que vai ser ficar 4 dias num barco vendo água e floresta. Vamos ver no que dá, depois conto. 

Abraços e até Belem!

28 de janeiro em Manaus/AM


Decidi, vou esperar o barco que vai direto para Belém na quarta feira. O que fazer? O calor cozinha a idéia, o tédio tomou conta, na verdade eu queria estar rodando na estrada. Acho que estou viciado em estrada, rsss. 
Ao meio-dia troquei o hotel por um hostal, eu acho o ambiente do hostal muito melhor, as pessoas são mais receptivas, e tem gente do mundo todo, muito legal. 
O hostal é próximo ao Teatro Amazonas, que realmente é muito bonito, uma jóia da cidade. 



A tarde o tempo ficou nublado, o sol deu um refresco e eu saí a caminhar pelo centro de Manaus, fui mais uma vez até o porto para obter mais informações sobre a viagem e os preços, já que varia muito de agente para agente. Existe ainda a possibilidade de você comprar a passagem e pagar o frete da moto e chegar na hora ter que pagar de novo ou  pagar um complemento, há muito trambiqueiro na volta do porto, temos que estar atentos. 
Quando voltei passei num supermercado, fiz algumas compras para preparar uma janta rápida e fui pra cozinha, uma das vantagens do hostal. 
Já tarde da noite chegou um aventureiro de verdade, eu perto dele não sou nem uma pulga, rssss. Faz 25 meses que Roger está viajando pelas Américas, já esteve no Ushuaia, no Alaska e em muitos lugares ao longo deste caminho. Visitou 27 estados dos Estados Unidos, esteve no extremo norte do Canadá. 


A única diferença é que ele viaja numa L200, toda equipada, já rodou mais de 185.000 km nas três Américas, ele tem um site www.rogerkefer.com. Roger viaja patrocinado e tenta manter tudo organizado mas é difícil, cansativo, sei bem como é isto, viajar, procurar instalações, postar, selecionar fotos e depois dormir pois no dia seguinte voltar a estrada e rodar outro tanto. 

Até mais!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

27 de janeiro domingo, Manaus/AM


Quando acordei já havia perdido a hora dos passeios, então sai tranqüilo para ver barco para amanhã, para ir até Belem. Em pouco tempo descobri que segunda feira tem barco apenas para Santarém, se quiser barco para Belém terei que esperar até quarta-feira, que tédio. 
Nem tudo está perdido, encontrei um agente que disse que poderia me colocar num barco de passeio que havia saído a pouco. Paguei o passeio e uma voadeira me levou até a lancha. Havia um grupo de quatro ingleses, e quando entrei e falei com eles, ficaram felizes, pois o barqueiro não falava inglês. Então fomos até o encontro das águas e depois a um ponto específico para andar um pouco pela floresta e ver um lago de vitória-regias e uns macacos (mas eles não estavam lá, talvez porque fosse domingo e eles não quisessem trabalhar, rsss). 















Passeando no meio da floresta, mas com segurança





























Está é uma árvore jovem, quando adulta mais que triplica sua largura.




















Depois fomos almoçar num restaurante flutuante, muitos tipos de peixes, e feitos de várias formas, muito bom. 
Quando saímos do restaurante passeamos um pouco pelo rio solimões e chegamos a casa de uma família onde estavam três crianças com filhotes de jibóia, jacaré e uma preguiça encantadora, foi incrível ter contato com animais selvagens, por fim  voltamos ao cais. 















Emocionante a delicadeza do bichinho! São muito frágeis.
















Em seguida voltei ao hotel para descansar um pouco, e decidir o que fazer, ir até Santarém na segunda ou esperar o barco que vai até Belém na quarta feira. A noite saí para jantar num  dos restaurantes junto ao Teatro Amazonas, com um pequeno grupo de motocilicistas da cidade.