12 de março de Puerto Natales até El Calafate por Cerro Castillo

Dizer que estava frio, aff isso já é redundância, rsssss.
Depois de tomar café, tomar banho e conversar com algumas pessoas, fui almoçar com um grupo de israelenses. Comi um salmão delicioso acompanhado de um saboroso vinho. Voltei para o hostal e resolvi ir para a estrada.

Neve novinha, caiu na noite passada. 

Depois de abastecer corri para a estrada, já passava das 4 da tarde e tinha que fazer 365 km para chegar a El Calafate fazendo a volta por La Esperança, para fugir de uma estrada de rípio que segundo os locais está muito ruim. 

Perto das 5 horas já estava na aduana argentina, saindo do sul do Chile. A paisagem da patagonia, ao mesmo tempo que é muito simples, também é vibrante, pois é forjada por ventos muito fortes que a torna singular. Se você desliga o motor da moto, é um silêncio, uma paz, muito agradável, relaxante. As  vezes passa uma lebre, as vezes uma raposa, e sempre tem os guanacos, fortes, vistosos. Ah patagonia se pudesse me casava contigo e nunca mais saia daqui. 

Que linda, passeando pela patagonia.

Depois de rodar uns 100 km, parei em La Esperanza para abastecer e tomar um café com leite, voltei a estrada, agora contra o vento. Por volta das 8 horas da noite, aqui ainda é claro, cheguei ao pior ponto da viagem, na ponta de um planalto com ventos muito, mas muito fortes. Era quase impossível se manter na pista, tinha que pilotar inclinado, num angulo aproximado dos 60 graus, e fazer muita força nos braços. A temperatura, a essa altura estava na casa dos 3 graus, e ai se chega no início de uma grande descida, onde tem uma vista panorâmica demasiadamente linda. Me perdoem, pois na hora não tive coragem de parar para tirar uma foto, então pensei: Paro ou não paro? Está muito frio e o vento muito forte, acho que vou tocar e depois tento descrever o que estou vendo. 

Assim foi, tento agora descrever a beleza do momento. O lugar se chama Cuesta de Miguez, imaginando uma foto teríamos na parte de baixo o verde escuro do lago Argentino (já nas sombras do fim do dia), ao centro as montanhas nevadas que abrigam o glaciar Perito Moreno, e mais acima no céu azul, nuvens alongadas pelo vento, parecendo barras vermelho douradas pelos últimos raios de sol do dia. Lindo, emocionante, mas não tive coragem de parar e registrar com a máquina fotográfica, mas está  gravada na minha lembrança, e espero jamais esquecer. 

Um pouco depois das 9 da noite já estava na Hospedaje Lautaro, no centro de El Calafate, e aqui me sinto em casa, já é a terceira vez que me hospedo. Amanhã não vou andar de moto, vou descansar e passear pela bela cidade, gastar um pouco de dinheiro em pequenas lembranças, rssss. 

Até mais!